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domingo, 8 de outubro de 2017

Poesia Cotidiana



Poesia surge no silêncio.
No momento do ônibus.
Na espera da fila do banco.
A poesia insurge no suor
das memórias arquivadas
Dos narizes sangrando.
A poesia inculta uma tela.
Uma nova realidade.
Uma outra perspectiva.
A poesia luta pela vida.
No respirar dos esquecidos.
No levantar dos acamados.
A poesia rufa tambores,
dança com os pés da deusas,
samba com as meias das baianas,
curte um tango com o deus da morte,
&
vislumbra e sucumba com os seus momentos.
Assim no momento que tu lê.
Assim no momento que tu vê.
Assim no momento que tu crê.
Assim no momento que afirma.
A poesia é a pedra no meio do caminho.
No meio do caminho há poesia.


Thiago Mendes

sábado, 13 de maio de 2017

Vivo ou Morto


Pixabay




Despertador.

Despertando para uma nova ordem, e eis que damos de cara com muros escondidos nas nossas mentes alienadas. Estamos prontos para cheirar nossas vidas e fazermos papel de palhaço para eles.

Desperdiçando a magia dos abraços e atos amigos, trocando tudo por mercadoria em sessenta vezes pagas com enormes juros acréscimo por ano, perda de um dente incluso no ônus.

Acreditamos nas vozes e no Vox Populis das máquinas coloridas estacionadas em nossos quartos. Um quarto de nossas vidas perdidas entre ligar e desligar.

Entrar e sair.

In out.

Comer e dormir.

Beber e fumar.

Amar e odiar.

Vivo ou morto.

Ressurgindo como heróis maltrapilhos e encardidos de sangue de inocentes ou ideologias contraditórias guardadas nos museus da história vencidos e vencedores.

Heróis e bandidos.

Glória e tristeza.

Honra e vergonha.

Amar e odiar.

Vivo ou morto.

Maniqueísmo e maquinário da repetição das máquinas pulsando sangue sujo açúcar sal pó poeira das ruas abatidas como pombos abatidos para alimentar os pobres famintos.

Por comida.

Por sexo.

Por drogas.

Por vida ou morte.

Cresci e agora posso vestir minha roupa, e sair por aí dando tiro ou mijo ou exijo ou respiro pior por um cigarro melhor, esqueço, estudo, escuto, repito, cresço um pouco mais e um pouco menos de vida, diplomo e procuro emprego nas ruas e sites especializados em nos deixar cansados de tanto tentar e de tanto ouvir:

Não há vagas.

Não há estágio.

Não há vagas.

Vivo ou morto.

Murro os muros e rezo nos bancos por um dinheirinho e um pouquinho só, Deus solta o verbo e desconta meu salário em zeros e esmurro deus mendigo clamando uma esmola e chorando por Jesus no sinal de trânsito brincando com suas cruzes e trapézios.

Vivo ou Morto.

Tumblr

Thiago Mendes


domingo, 4 de dezembro de 2016

Samba





Somos as escolas de samba passeando na avenida da vida.

Alguns tem luxo.

Outros não.

Nem por isso são lixo.

Todos com um enredo.

Uma história.

E de historias em historias nós fazemos arte.

Nosso estandarte é bordado com amor.

Ritmo no coração 

e humor no pé.

Abre alas que nós estamos dançando.

Rindo pelos cotovelos.

Nosso animal espiritual.

Canta encanta sonha & samba.

Girando nessa ciranda mágica.

Ouçam seus corpos.

Liberem as mentes.

Nossa música está tocando na sua esquina.

batendo em sua porta.



É hora da alegria!





Thiago Mendes

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

vue de la bière




O tempo desses homens há de passar...

pendular

arcaico celular

tecnológico social

gêneros descafeinados

micélios capilares

webs sexuais

tvs vaginais.

a comunhão do sagrado corpo

a saturação do futuro e passado

condensados no presente.

resistências das bocas miúdas

que ainda se refrescam em velhos manuais

o tempo desses homens há de passar...

sublime arvore dionísica

que frutifica nossos orgasmos

orgias 

festivais

a vida dançada no abismo 

esses homens 

demasiados homens

são pedras no meio do caminho

mas a correnteza há de arrebentar

e surfaremos nas incertezas.

o tempo desses homens há de passar.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Vida Off





Acordo cedo para ir ao trabalho.
Pego o ônibus lotado mas incrivelmente quieto.
Pessoas com fones de ouvido.
Sentadas nos bancos sozinhas.
Curvadas em algo.
Um comichão me incomoda.
A vista parece não ser como antes.





No trabalho esforço duro.
Colegas, papéis e chefias.
Amanhã e dia de pagamento.
No refeitório as bocas se cruzam com garfos e facas.
Ainda assim um silêncio percorre as mesas.
Uma náusea me incomoda.
E as pessoas continuam conectadas vidradas.
Com olhares perdidos numa nova história.

Desço da condução. 
A noite preenche as ruas e avenidas.
As lâmpadas acesas iluminam os transeuntes.
E tenho certeza que esqueci de alguma coisa.




Chego em casa cansado.
Mais um dia de labuta.
Depois de banho quarto.
E eis que o vejo amargo.
Berrando como um bebê querendo mama.
Tomada.
Oh Moloch deus das curtidas.
Moloch deus dos zaps.
Moloch dos selfies.
Esquecido num canto escuro ele balbucia sua condenação.
Perdi amigos perdi contatos perdeu o dia.
Menos um dia da minha vida.

Amanhã não posso abandonar meu celular.



Imagens: Morgue File

Vídeo: Trecho do filme Howl com James Franco onde se debruça sobre a vida do grande poeta Beat americano Allen Ginsberg. E sobre seu livro poema Uivo. Recomendo á todos.


Thiago Mendes.






sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Zumbis







Os zumbis caminham por ai

Com sua anti-mental programação:

Não seja feliz.

Procuro manter a distância;

Usando máscaras de gases

Para não ser infectado.

O universo deles é muito mistificado

Medo e trabalho.

Mantenho distância.

Não quero ser um zumbi.

E perder o poder da vida.

Eles não têm imaginação.

E buscam unicamente

Vencer uns sobre os outros.

O universo deles é uma guerra.

Uso máscaras.

Mantenho distância.

Alguns loucos caminham sem proteção.

Perderam a noção

De como é ruim perder a vida.

Às vezes somos testados

E amigos e parentes se tornam a questão

O coração aperta

Pedindo perdão para todos.

E resistindo mantenho distância.

Para não sofrer de antemão

Procuro em cada irmão

A salvação.

Sempre com fé e imaginação.

Fazendo companheiros de viagem.

Em cada estação.



A arte nos salva da solidão.


Plaz Mendes

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Gonzalo Martinez # 7


As outras partes de Gonzalo aqui




O silêncio imperava por todo o território da pequena cidade e é verdade que em alguns cantos havia acessos de bebedeira ou choradeira.


O corpo estendido no meio do salão quadricular do boteco mais famoso da cidade não atraiu nenhum repórter ou câmera. Apenas rostos atônitos , surpresos e desprovidos de suas mais intensas esperanças. 


Um enorme corpo jazia naquele empoeirado bar, com rosto desfigurado. Um tiro certeiro e covarde havia atingido-o pelas costas. Uma menina que soluçava sentenciou: Só assim é que matam heróis!


Na Prefeitura homens brindavam o novo acordo entre goles e camarões, seus risos se estendiam na medida de suas contas bancarias. Agora sim o prefeito e a Corporação estavam felizes pelo feito. Graças uma pequena fraqueza do Coronel - mulheres - eles conseguiram acabar com aquela entidade que orbitava a cidade e não tinham nenhuma duvida que sem o vulto do homem, aqueles seres eram apenas formigas que podiam ser esmagadas.


O povo ficará por três dias de luto e depois...depois virá a vingança ! 


Aviso: Os personagens e a história em si são uma obra de ficção e qualquer coincidência é mero acaso. A realidade continua sendo bem mais crua.

Imagem: Morgue File


Thiago Mendes

terça-feira, 25 de junho de 2013







A televisão como móvel não reflete a sociedade e sim apenas a espelha através do espelho vemos o espectro de nossa verdadeira vontade.
TV ligada exclui separando pessoas comuns de astros. Cria o culto através da imagem perfeita ou desejada. Desligada nos recorda nossa verdadeira natureza diante do fato que todos somos artistas e sua maior obra é tua vida.


 

                                                                 Thiago Mendes           



Mudrasavra