sábado, 15 de dezembro de 2018

São Gonçalo Rock








A cidade de São Gonçalo que já teve em sua localidade inúmeras casas de show de rock, atualmente agoniza nesse cenário musical. Todavia, quem trafega pela rua principal da Parada 40 deve ficar curioso com um pub movimentado de camisas pretas. O Rock N Beer, de quarta a domingo proporciona aos fãs desse gênero musical um espaço criativo onde música, cerveja e arte se misturam ao som do velho e bom, rock in roll.



Neste domingo (16) teremos a última apresentação de bandas independentes no cenário roqueiro. Diferente das outras apresentações no pub, dessa vez os shows vão ocorrer atravessando a rua, dentro do Quintal do Kotoko. Dois palcos e 22 bandas que a partir das 13h vão agitar seus acordes e mostrar mais uma vez que a cidade de São Gonçalo é a cidade do rock.


Agenda:

Confraternização de fim de ano "Rock Festival"
Em frente ao Rock N Beer Pub.
Rua Doutor Francisco Portela, 2429 - Parada 40 São Gonçalo.
Evento Gratuito. Com segurança e 100% coberto
Quem puder levar um 1kg de alimento não perecível...
Abertura: 13h


Thiago Mendes 

domingo, 11 de março de 2018

Guaranás






O primeiro morreu de doença provocada pela proximidade com o alto povo.

O segundo lutou bravamente e foi morto pelas balas.

O terceiro foi envenenado pelo garimpo na busca de ouro.

O quarto morreu de fome esquecido.

O último filho da terra vai cometer suicídio.



Esse texto faz parte do livro “Prisão Amarela” pela Editora Multifoco. Interesse? 
O livro será lançado no dia 7 de Abril. No espaço Bar Resenha Chef Gourmet , na Rua Abílio de Matos , 844, Porto da Pedra - São Gonçalo. Estaremos lá a partir das 16h.

Thiago Mendes

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Morro


Salvador Dali


A chuva que molhava as plantas e fazia alguns homens sonharem com melhor tempo em terras secas, tais como o inferno onde quase nada nasce e tudo um pouco morre, fez a tristeza daquele povo da região. As autoridades sempre preocupadas com a imagem cristalina dos televisores e dos índices de popularidade os havia esquecidos por completo.
A chuva não.
No morro ninguém sabia ao certo que aquele pedaço de terra que já foi feito de cemitério de escravos estava condenado.
Um relatório meses depois foi descoberto por algum gonzo perdido no meio de um número de papéis de todo o tipo, neles e entre eles estava o relatório condenando a colina e pedindo energeticamente que todos os habitantes daquele pedaço de terra fossem alocados para outra região.
A religião do povo daquela área estava dividida em grandes templos distantes e pequenos terreiros por perto.
Uma garota recorda um dia antes da catástrofe, que um preto velho tinha baixado e avisado severamente para seus filhos que aquela terra estava marcada de sangue.
Muita gente não entendeu, alguns resolveram cortar galinhas, outros diziam que era coisa do diabo. Outros, como a garota do relato, saíram dali imediatamente.
A chuva começou devagar, mas a tempestade cresceu durante a noite e os raios riscavam cada pecado dos pecadores que se reuniram no templo.
Quando a imprensa noticiou a catástrofe, um considerável grupo de pessoas já havia sido morto pelos escombros, outras insistiam em chorar ou ajudar nas buscas.
Foi decretado luto oficial.
Preto velho já avisou sobre os outros morros.
Mas as autoridades estão preocupadas demais com seus eventos midiáticos. O povo da região seca reza pela água do céu e os outros rezam para não cair nenhum raio em cima de suas cabeças. O pessoal do templo reza e pede benção, mas deus anda meio sem crédito e sua poupança vazia, logo depósitos e doações são bem vindos de todas as partes.


Plaz Mendes: Esse texto faz parte do livro “Prisão Amarela” pela Editora Multifoco. Interesse? Entre em contato!