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domingo, 10 de setembro de 2017
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Gonzalo Martinez # Final
O Prefeito foi carregado pela multidão de olhos vermelhos que cantava entre goles de tequila uma ode ao General. O Prefeito nem teve tempo de se despedir de sua mulher, de suas crianças ou de seus dentes estendidos pelo corredor entre as porradas que levou.
E isso nem foi o início;
A Corporação Transnacional entrou na cidade com um exercito e por vários dias tudo o que havia era sangue.
De um lado para outro.
Vermelho que manchou os rios , as portas das casas, as roupas das crianças e os uniformes dos soldados, mas por mais disforme que seja esse relato acrescento que tudo ocorreu em meio a uma alegria. O povo simplesmente não ia viver sem se vingar do seu General e para isso eles iriam até o fim do mundo ou até o inferno para isso.
No meu caso meu purgatório foi uma explosão próxima de algum artefato que atingiu meu olho o deixando sem visão.
A última vez que estive por lá soube de uma homenagem que eles estariam prestando ao General.
Nem Tv, nem rádio, muito menos internet comentaram esse fato, por isso caros amigos é que deixo aqui meu relato para vocês.
- Os dois amigos da mesa meio bêbados questionam -
_ O que você pretende fazer agora ?
_ Amigos, tudo que desejo é terminar esse copo de tequila...
Um brinde a Gonzalo Martinez.
Aviso : Os personagens e a história em si são uma obra de ficção e quaisquer coincidências são mero acaso. A realidade continua sendo bem mais crua.
Imagem: Free Morgue
Música: Recomendo o espetacular CD da Elza Soares "A Mulher do Fim do Mundo"
Autor : Thiago Mendes
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Gonzalo Martinez # 7
As outras partes de Gonzalo aqui
O silêncio imperava por todo o território da pequena cidade e é verdade que em alguns cantos havia acessos de bebedeira ou choradeira.
O corpo estendido no meio do salão quadricular do boteco mais famoso da cidade não atraiu nenhum repórter ou câmera. Apenas rostos atônitos , surpresos e desprovidos de suas mais intensas esperanças.
Um enorme corpo jazia naquele empoeirado bar, com rosto desfigurado. Um tiro certeiro e covarde havia atingido-o pelas costas. Uma menina que soluçava sentenciou: Só assim é que matam heróis!
Na Prefeitura homens brindavam o novo acordo entre goles e camarões, seus risos se estendiam na medida de suas contas bancarias. Agora sim o prefeito e a Corporação estavam felizes pelo feito. Graças uma pequena fraqueza do Coronel - mulheres - eles conseguiram acabar com aquela entidade que orbitava a cidade e não tinham nenhuma duvida que sem o vulto do homem, aqueles seres eram apenas formigas que podiam ser esmagadas.
O povo ficará por três dias de luto e depois...depois virá a vingança !
Imagem: Morgue File
Thiago Mendes
terça-feira, 7 de outubro de 2014
O Acordo
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Henry Darger |
Uma sala, duas cadeiras e uma enorme mesa. Nela continha um banquete para reis. Contudo ele fora feito para dois generais que com seus exércitos de lado opostos esperavam a hora certa de entrar. A reunião para a paz havia de começar.
Os dois líderes sentaram e começaram suas referidas homenagens e tratamentos. Atrás das portas, divididos pela pequena cabana, um intenso apanhado de homens, cansados de morrer, loucos para matar, uma imensidão capaz de assaltar o mundo; hábil em destruí-lo. Cortado por ligas, paises, cantões, moedas, medo. O fim daquela briga estava nas mãos dos seus comandantes, melhor dizendo, nas palavras deles.
O grande homem de brancos fios deu partida com sua verborragia, neste momento ninguém ficou na sala para escutar o seu discurso, apenas e é claro o outro senhor que apesar dos cabelos claros, ostentava um terrível talho no rosto. Quando terminou, ininterruptamente a boca do outro gesticulou com grande desenvoltura, nada sabemos dos ouvidos trabalhando, ponto. Não chegaram a nenhuma conclusão, minto; decidiram que os termos estavam meios incompreensíveis para ambos. Então. Cada um resolveu ao seu modo explicar conceitos, palavras do seu já dito discurso.
Não chegaram a nenhuma conclusão, repito; ficaram mais perdidos por que a explicação carecia de entendimento dos dois lados. A expressão contorcia-se, o coração acelerava e ninguém negava o grande esforço que aquelas bocas estariam enfrentando em nome da paz. Uma solução esfriou o ambiente, que tal se cada um conceituasse o discurso do outro? Nada mal, pensamos, pensaram, tentaram. A nenhuma conclusão chegaram, desisto; Um rato sorrateiro imaginou:
E se aplicassem as ideias a idiomas diferentes?
Contudo, tarde demais, noite; Os dois chefes levantaram das cadeiras e caminharam. Cada um para diante de seu batalhão.
Gritaram palavras de ordem para os homens que ali, ansiosos esperavam;
_ Guerra!
_ Bélico!
Neste momento único da historia, todos se entenderam. Logo se tornou claro que a única palavra que servia era matar, o único acordo que resolvia tinha de ser assinado com sangue.
E foi selado.
Por Thiago Mendes
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