Biografias
Espelho, espelho
meu existe alguém com mais contatos do que eu?
O problema das biografias
antigas é que não é possível validar suas letras, afinal o assunto já morreu. E
quanto às novas faltam ideias e sobra assunto, todo mundo tem uma, o Justin
Biber possui uma biografia, sinal dos tempos, documento que serve apenas para
os fãs mais perigosos e atesta o mal do século, o culto da personalidade. Parece
que a mediocridade é o marco onde a humanidade se pode fundar, pois a vida
verdadeira é cada vez mais rara. O contato humano é sistematizado por redes
sociais. Estruturando nossas escolhas de amigos para que os mesmos não nos
decepcionem, como se acaso, a ideia de amigo seria igual a um produto
eletrônico. Lapidando nossas personalidades pela norma, para que todos nós nos
pareçamos o mais normal possível, zero de diversidade, ou chamamos ela agora de:
Eu Gosto!
Eu Como!
Torço pra tal time.
Como alguns pensadores refletiram: no
corpo esta a salvação e não a maldição que o marginalizava. Mais o que vemos é
como espelhos, a imagem invertida. Dietas em todas as revistas e bumbuns estampados
com “malhe o seu” para ter um perfeito sucesso ou braços e abdomens rígidos (como
a mente dessas pessoas), esqueça a mente é no corpo a satisfação. O êxtase é
simplesmente comprar um carro importado ou comer uma modelo televisionada. Mais
o sucesso é necessariamente jovem, precisa ser. Como nas redes sociais a pseudopersonalidade
é bem vista, um alvo a se buscar, uma meta a alcançar. Não o super-homem mais
quem sabe o supercorpo. Para os espíritos de pouca visão recomendo uma
biografia autorizada de uma estrela pop quaisquer.
Thiago Mendes
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