segunda-feira, 8 de julho de 2013

Beat II



                                                                II



           Todas as mulheres que carregam coisas, pesadas coisas, para vender e dar o que digerir para seus filhos xingados no transito, e seus fudidores estão num boteco tirando gosto e um repeteco do seu veneno predileto ao nosso lado da mesa, pois na verdade queremos revolução e vamos começar por baixo, pelos perdedores que somos;
Todos os palhaços de faculdade já que lá é o novo circo e eles apresentam um novo show, como pegar piranha burra sedenta por carro roubado, ou como ser estúpido e admirado, ou como pagar em dólar sem nem saber do que se trata a nota, fiscal ou real, ou como fazer fama falando mal dos sem dentes da esquina em frente, pedindo esmola e tomando sola dos sapatos que desfilam caros, raros, na pista descrita como o corredor ou antro de imbecil bem vestido ou passarela de moda como queiram chamar uma nova escola;
Todos que querem virar a lua, e sentir nascer um novo dia melhor ou pior, apenas mais um onde Violet vai acender um cigarro, ou Werther vai declamar uma poesia ou vai falar qualquer besteira social, no fundo verdade mal ouvida e interrompida pelo karaokê onde um filho da farinha canta Dona sem saber que tua dona o espera para fazer sexo ou limpar sua bunda suja de merda já que Bruce dorme pensando no Garbage ou nas pernas da musa do bairro Karol, Carol, Shirley, todas parecidas e confundidas com a negra fumaça que sai da boca da vadia de cabelo vermelho, ou como chamam os íntimos: Violet;
Todos aqueles que se sentem uma merda de manhã, quando estão catando merda de chifrudo, somos um bando de chifrudos esperando achar bologumelos para nossa viagem cósmica e depois já estamos na casa de nossas varias mães que receitam dipirona para nossas crises solares ou já paramos na casa de Brenda e percebo minha loucura por estar vendo Julia Roberts ou já estou em sala e vejo Penélope Cruz e quase quero beijá-la, mas minha atual ex-namorada é ciumenta e acima de tudo ela está ao meu lado;
Todos as crianças de olhar Harry Potter, que a sociedade chama de retardados, que os hipócritas chamam de especiais e que eu chamo simplesmente de crianças;
Todas as Unos, cheias de veados que perseguem Fumaça e Plaz na avenida de ossos gringos, e corremos dos chupadores, assustados com nossas canelas tremendo e Fumaça diz que não passa mais nesse caminho, e Plaz retorqui por que sua garota mora perto dos ossos de símbolo indecifrável
Todos os parasitas que vendem sangue derramado, eles não tem culpa, pois seus donos querem apenas dinheiro, fuck you money, seus desgraçados que dizem para os filhos dos outros ralarem vendendo qualquer porcaria comestível com seus palhaços de brinde, enquanto temos que fingir sorrir de dor por trabalhar mais de oito horas e ganhar uma miséria chamada salário mínimo, só rindo (sorry Rubem); e seus filhos estão parando seus carros luxuriantes e pedindo mais batata frita!
Todos nos que pensamos feitos loucos, pois somos lunáticos mesmo, e depois vemos nossas idéias sendo roubadas no cinema, merda Fumaça pensou tanto, queimou tanto e vê perplexo sua cena no filme de Tarantino, pelo menos é o Quentin e então vamos tomar todas até de manhã  no clitobar ou em qualquer suporte para nossos fiados intermináveis.


Plaz Mendes.

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