quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Hipopótamo #13


As outras pegadas você encontra aqui









05:49



Não pensem que diante de luzes, musicas repetidas, gente bonita, big brother, panis et circense, cores, paz e muito sexo. A felicidade reduzida a doces, balas, o êxtase do prazer, o ecstasy da vida. Sim, caros amigos. Também passei pelas pílulas coloridas detentoras da verdade, marcas, nike, volks, super, smile...Estilo nunca faltou aos jovens. Se acaso com desdém aparento é por razão típica.

Um jovem do meu porte, patrocínio da libido e das batatas gordurosas. Ficar horas batendo o pé sempre pareceu montanha-russa.

Odeio esse brinquedo.

Não nego por virtude que durante a curta participação nesse meio, exatamente duas festas.

A festa da paz e amor;

Que acabou com a polícia invadindo o local, uma fazenda distante o bastante para enforcar alguém. Contudo o problema não vinha da KKK, mas sim de uma jovem intoxicada sendo estuprada por três moleques, e alguns casais trepando numa piscina. Na qual fiquei dançando meia hora até notar que o pessoal sumiu e que estava completamente molhado, mas sem nenhuma vadia chupando-me. Encontrei uns seguranças poucos profissionais, com a mesma idade. Jovens que pagavam sua faculdade ou vícios através da porrada em outros jovens, pequenos furtos, tudo em nome da ordem. Ofereceram-me um pouco de erva, aceitei, em seguida apaguei. Ao acordar noto a falta da carteira.

Alegria eletrônica;

Encontrava-me sozinho e dopado, como sempre!

Bicicletas, especiais, placebos?

Apesar do movimento constante das luzes, do pirulito na boca, passei a maior parte do tempo vomitando nos cantos ou nos sugestivos banheiros públicos. Sem esquecer o "eu te amo" como se fosse bom dia vindo de qualquer desconhecido como hippies do futuro, alguns pareciam vindos do passado mesmo. Assim terminaria minha presença na nova boate do século moderno. Lembrei da Sound e sua heroína, da Bunker e sua tequila. Tudo bem a turma não gostava desse meio artificial, mesmo que no fundo apenas sejam os loucos espelhos refletindo a nós mesmo. A nossa geração consumista. Que seja nunca gostei dos hippies, talvez das suas drogas!



02:27



Diante de um livro onde a personagem principal está cheio de obsessões não resolvidas por drogas, terapeuta, grupo, choques. Aceita o desafio improvável de ir para a Índia meditar num templo que oferece como comercial acabar com todos seus problemas, ao menos os piores.

Meditação?

Será que necessito disto para esquecer K da minha cabeça e da cueca?

Afinal por que aquilo naquela noite, visto que houve outras em que estávamos sozinhos e chapados.

Penso nisso enquanto aperto um baseado e noto surpreendentemente a falta de tranquilidade, ansiedade que me encontro.

Nunca a meditar algo.

O todo da sua beleza.

AMPHTA, ON, RA.

Shala goooooo, sei lá.

Meditação na concepção é apenas alcançada com uma boa masturbação e olha que o banheiro tem bastantes lutas num dia, e tenho dito.

Uma frase ecoa na cabeça;

Platão já dizia o amor está em quem ama e não em quem é amado.



16:08



Desperto no meio de um suposto vazio campo. Suponho ver amigos e areia entre um piscar e outro dos olhos.

_ Se acaso tudo gira, em que circulo estamos hipopótamo?

Ele sorri dando voltas e levantando muita poeira das estrelas. As bocas dos conhecidos reclamam do fim do mundo anunciado pelo mapa astral, ou pelo limite encontrado dele, deixe com Deus os números na cabeça cansam demais.

"Não fomos criados para sermos máquinas de calcular."

Aceita sua vida?

_ Devo aceitá-la, fitando o animal?

Sim, ab aeterno.

"Não somos cálculos renais"

_ Tu não acha que anda lendo Niet demais? Quer ser meu Zaratustra?

E subo no seu colo.

"Os animais são seres ou propriedades?"

_Vai levar-me para ver o passado, presente e futuro como Brás?

Não tolo, tu és muito pesado, levo-o ao presente!

"Somos animais ou máquinas?"

Acordo no trem em meio a gemidos de Sexmachine com um provável sonho erótico. Um barulho, apito, anuncia a chegada do destino.

Será o fim ou o começo?

Não consigo escutar o hipo que livre corre na paisagem.

Não é uma propriedade!

Não é uma máquina!

Quer ser livre!

Malditas janelas!






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