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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Aranhas estranhas na W38







Reproduzindo tudo em pequenas telas.
Acessando a vida nos intervalos comerciais.
Produzindo receios e anseios.
Todos reduzidos a pequenos comprimidos.


Gastando pequenas doses da vida.
Na esperança de uma jornada espacial.
Ser reconhecido no meio audiovisual. 
Conhecido como caminho final.


No meio do caminho.
Escândalos & processos.
Promessas & escaladas.
Loterias privadas.
Privadas.


Aranhas estranhas na web.
Arrancando pequenos tufos.
Tubos. 
Buracos.
Cheios de óleo preto. 
Cheios de açúcar branco.
Recheados.
Prontos para um novo abate.
Cordeiro televisado.


Trapaceando com o diabo.
Enganando egos superlativos.
Superafetados.
Refeitos em dejetos. 
Colados.
Artisticamente renovados.
E tabelados a preços variados.


Eternidade. 
No horizonte novas ameaças.
Eternidade.
Na fonte novas doenças.
Eternidade.
Num clique num tique num pique. 
A eternidade de um dia preso em teias finas.
Invisíveis.
E eternas.


Eternidade no impulso eletromagnético.
Descartando corpos com uma rapidez indigesta.
Ingerindo plásticos coloridos.
Colorindo as telas com cores abstratas.
Abstraindo o gosto da vida em castigos aromatizados.


Estrelas modernas que não piscam nas cenas.
E sim sugam como buracos negros toda luz natural.
Indefinidas como equações absurdas do segundo grau.
Gradativamente vem tomando conta dos nossos controles.


Controle de fuga.
Descontrole físico.
Drogas ilícitas. 
Remédios lícitos. 
Presos em teias de aranhas.
Loucuras revolucionárias.
Líquidos conservadores.
Deuses verdes.
Dinheiros sujos.
Ilusões de w3binários.


Reproduzido em grande escala.
Acessado em cada canto de sua casa.
Produz desejos e medos.
Tudo reduzido a pequenas aranhas. 
Com suas teias invisíveis. 
A nos prender como moscas tolas.
E mortas.
Comprimidas.
Nos pequenos momentos da vida.




Plaz Mendes 

domingo, 22 de novembro de 2015

Diário de Bordô do Plaz # 4






Não deve ter sido pelas cervejas.

Nem pelas batatas fritas.

Acordei tarde demais para a prova do Enade.

Corri.

Saltei para dentro do ônibus feito de ferro.

Retorcido no calor abrasivo.

Um copo de cerveja, por favor!

Na praça pela janela o culto caminha.

Com canelas cobertas o culto canta.

No meio do caminho desespero.

Uma imagem.

Santa, católica, procissão...

Tráfego.

Talvez.

Trânsito.

Com os braços abertos a estátua sorri.

Eu desesperado aceno meus braços.

Compreendo a mensagem sarcástica divina.

Um copo de cerveja, por favor!

O relógio encurta cada passo.

Enquadra cada pedaço do dia.

Sorrio estou sendo filmado.







Chego aos portões da decepção – tirei essa do ótimo livro de Martins Amis (Campos de Londres) valeu pela dica K – e noto que nada mais pode ser feito.

Apenas flanelas brigando por cada espaço quadrado.

Lágrimas.

Sorrio e acabo tendo um treco.

Explodo.

Pressão alta.

Direto para um hospital.

Atestado funcional.

Sorrio.





Saio do hospital diazepado.

E revendo meus diários concluo que ando ficcionando demais.

Preciso rever meus apontamentos.

Preciso baixar minha pressão.

Preciso de um copo de cerveja, por favor!


Imagens : Morgue File



Plaz Mendes

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Gonzalo Martinez #2



Aqui: Primeira parte de Gonzalo Martinez 







Minha pequena jornada de férias me fez parar numa pequena vila de uma cidade X cortada por montanhas e um clima seco. Parei num boteco e pedi uma cerveja, estupidamente horrível. Perguntei ao barman qual bebida eles serviam por aqui, a resposta foi no shot: tequilas!

Comecei amistosamente alguns papos com moradores locais e o assunto se resumia entre a seleção nacional – que ia mal das pernas – e sobre um justiceiro. O time de futebol nada posso acrescentar, pois desconheço esse esporte, contudo esse paladino da vila encantou-me desde o início. O povo contou diversas histórias dele, todas inverossímeis. Elas sempre acabavam revelando que esse homem não morria. Ri entre goles de tequila, e no fundo da minha caixola uma imagem cinematográfica rolava. Um novo filme, e até uma trilha sonora. Fui para o hotel bêbado cantando a música dos Mutantes.






Continua ...


Aviso: Os personagens e a história em si são uma obra de ficção e qualquer coincidência é mero acaso. A realidade continua sendo bem mais crua.

Autor: Thiago Mendes

Imagem: Morgue File

Vídeo: Youtube


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Gonzalo Martinez







Quando meus amigos chegaram ao bar ficaram um pouco chocados talvez por causa da tequila, mas com certeza devido ao tapa-olho esquerdo que usava. O Poeta e o Crítico de cinema se entreolharam com cara de susto, que decide com um brinde aos velhos tempos cortar logo.








Os dois surpresos queriam saber todas as novidades da minha recente viagem a X no ano passado. Depois de um shot para acalmar os ânimos resolvi contar-lhes a aventura que tive, porém o personagem principal não estava naquela mesa e sim estático como bronze na cidade onde estive. Vou-lhes narrar a incrível história de Gonzalo Martinez....


Continua.





Aviso : Os personagens e a história em si são uma obra de ficção e quaisquer coincidências são mero acaso. A realidade continua sendo bem mais crua.


Autor: Thiago Mendes

Imagens Free: Morgue File