Muitos
filmes trabalham com a estética do “olhar da criança” na tela. Um desses casos
de nosso cinema poderia ser: E.T de Spielberg, onde ele colocou a câmera na
altura do ser extraterrestre e das próprias crianças do filme. Outro bom exemplo
disso é o cultuado “O Labirinto de Fauno”, de Guilherme Del Toro. O filme sobre
a realidade de uma menina durante a guerra civil espanhola. Existem inúmeros outras
produções nesse quesito, mas vou me ater a um filme pouco comentado e mal
entendido: Tideland.
Tideland, filme de 2005 do diretor Terry Gilliam –
famoso por ser parte da trupe do Monty Python – recebeu duras criticas e ficou
esquecido como obra cinematográfica. Na fita vemos uma garotinha vivendo com
seus pais viciados em heroína. Quando sua mãe falece, a menina
e seu pai partem juntos para a velha casa dos avós e lá a imaginação dela e
realidade se misturam em belas cenas e tingem um incrível drama.
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Reprodução: Internet |
A
questão seria qual o papel da imaginação da personagem no filme? Ou a
imaginação em si é a personagem? Vejamos, as crianças necessitam construir o
mundo em torno delas através da criação artística e o filme não critica nunca
isso.
Por esse mérito que a produção não teve boas notas?
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Reprodução: Internet |
Tanto Alice no país das maravilhas e o já citado
Labirinto de Fauno compartilham outro aspecto. A personagem entra no decorrer da fita num “buraco de
coelho”, mas a entrada é preenchida por seringas de sua rotina familiar.
Surreal, fantasia? Sinceramente já temos a própria alegoria de estarmos sentados
de frente a uma tela “viva”. Bons filmes não precisam passar uma mensagem ou
moral, e sim um olhar. Aquele ponto de vista esquecido ou deixado de lado. O
olhar infantil parece supor menos valor em consideração a outros. Por quê?
A
criança que existe em cada um de nós é a chama que mantém a imaginação viva.
Sem ela: bonecas, bichos e a natureza se tornam cinzas. Deixamos de olhar para
coisas triviais e tristes ficamos. Imaginação é muitas vezes a ferramenta mais
verdadeira que temos para esse mundo não se tornar simplesmente cinza...
Para finalizar deixo o comentário do Terry Gilliam sobre
o filme:
"Grande
parte das coisas que perturbaram os espectadores no filme foram trazidas por
eles mesmos para a sala do cinema. Se você conseguir voltar a pensar como uma
criança, o filme, aí sim, irá tornar-se pura alegria."
Fonte e ajuda para o conteúdo: Making Off
Trailer do Youtube: Alexander Rubio
Plaz Mendes
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