sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O tolo e a iluminação




          Um dos possíveis significados para o tolo em nossa sociedade moderna seria a de que esta pessoa não consegue viver num mundo competitivo, ou seu pouco ou nenhum desejo pelo acumulo de dinheiro. Talvez sejam como crianças em meio ao caos dos adultos. Seu foco pode parecer nulo e uma palavra como ambição perdida nos confins dos seus gestos e atos.


      Os filmes embora como metáforas podem ( e muitas vezes) devem refletir estados de nosso grandioso mistério nesse universo. Quer sejamos carbono ou espirito é sempre interessante notar alguns filmes que tem como qualidade desbravar novos conceitos e retirar o véu da nossa vista.

 Forrest Gump é um desses filmes.



http://www.blogueirashame.com.br/2012/04/pose-lyndra-do-dia.html#.UkXheoZwofo




            Não vou ficar aqui falando do filme, visto recentemente numa madrugada divertida, porem o que mais me chamou a atenção a ele, é o fato de se tratar de um tolo, o personagem principal. 

           Nas minhas peregrinações pela rede encontrei um vídeo de Eckhart Tolle, escritor alemão de livros sobre iluminação espiritual, e eis que num dos vídeos dele, ele fala justamente sobre o Tolo e a Iluminação.

        O vídeo começa com uma pergunta bem simples: "Pode um tolo alcançar a iluminação ?"  O resultado por vezes, seja a ser engraçado, quando Eckhart trabalha com a resposta, contudo existe ali algo mais profundo, quem sabe facilitado no próprio filme:






" Eu to te explicando pra te confundir, eu to te confundido pra te esclarecer, to iluminado pra poder cegar, to ficando cego para poder guiar"                        Tom Zé




Plaz Mendes



sábado, 21 de setembro de 2013

Sean Lennon



Um dos artistas mais interessantes da cena, vale a pena conferir alguns dos seus clipes:













Sean Lennon é o filho mais novo do casal John Lennon e Yoko Ono, filho de peixe , peixinho é ....

Para os brazucas vale lembrar que Sean é fã confesso da banda Mutantes, chegando ao ponto de afirmar que Os Mutantes foram melhores que os Beatles.

Thiago Mendes

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Deus Mendigo I








Ele olha para os arranha-céus apontando para o teto que ele criou.
Eu sou deus.
Estou perto de tudo, do céu ás pequenas coisas, converso com baratas.
Por que o homem não me enxerga mais?
Atravessa todos os dias, milhares deles, e nada de agradecer, e nada de rezar, nada de nada.
Durmo com insetos, com ratos, que me reverenciam pela madrugada.
Que frio.
_ Eu sou deus!
E por isso não vou morrer de câncer.
E por isso não morro de frio.
Graças à cachaça que meu querido filho Jesus larga aqui num canto.
Jesus... Lembra dele?
Difícil, ele cortou o cabelo e no momento se crucifica diariamente em algum sinal de transito.
Sinal de fé?
De ré...
Enxergar pra vocês significa cuspir, chutar, maltratar, xingar... Esqueceram que inventei o universo;
Tenho acesso a todas as verdades; todas as virtudes.
Do caviar ao churrasco de gatos, tudo passou por mim... Tolos!
Logo e por isso mesmo posso viver assim, deixando tudo de lado; necessidade tendo criado-a; fome, doenças, desespero, loucura, pequenos lampejos de minha própria essência.
E ainda vejo suas bocas reclamando de um tempo ruim, enquanto muitos morrem lá fora.
Bocejando excelências, exceto que apenas vícios farejo;
Falando de barriga vazia... Ora bolas alguém já ouviu falar na África? Procure se informar, não custa nada.
Alguns, enchendo seus pulmões, gritando:
_ É sua culpa velho safado, tudo criou!
Eu dei tudo a vocês, um mundo. Aonde viver e não onde passar fome. Onde plantar e não aonde guerrear. Matar-se como animais e isso que vocês fazem, criando armas e instrumentos capazes de quase tudo, menos de cessar o vazio de seus corações.
Criaram deuses de néon, eu sei, olho-os toda noite. Estúpidos rezam perante um refrigerante, um hambúrguer, um tênis. Gargalhadas infernais ao cair da noite, estão rindo porque a cada dia menos vocês vivem sem eles.
Onde está sua liberdade que tanto batem no peito?
Madalenas pairando nas esquinas esperando a buzina do trabalho.
Carros parando, ânsia, dentro deles um marido adultero;
Um senhor que procura alguma jovem com cheiro de leite;
Um maldito que terá uma surpresa ao bêbado transar com a própria filha. A própria filha ejaculada numa festa. A própria filha, eu sou deus, vocês pensam que isso me agrada!
Eu não sou seu índio
Eu não sou seu mendigo
Eu não sou seu maldito velho Noel.
O que esperavam “Boas festas”?
Ao cair das estrelas, seus jovens me chutando, chapados, batendo nas meninas, conjurando nomes blasfemos.
Eu sou deus.
Enquanto sou chutado por seu tênis de marca, sou privada para seus restos fast-food;
Enquanto vocês me queimam na rua eu grito cada vez mais alto
Eu sou deus!




Plaz Mendes


Imagem: deus mendigo

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Zumbis





Os zumbis caminham por ai
Com sua anti mental programação:
Não seja feliz
Procuro manter a distância
Usando máscaras de gases
Para não ser infectado
O universo deles é muito mistificado
Medo e trabalho.
Mantenho distância
Não quero ser um zumbi
E perder o poder da vida.

Eles não têm imaginação
E buscam unicamente
Vencer uns sobre os outros.
O universo deles é uma guerra
Uso máscaras.
Mantenho distância.
Alguns loucos caminham sem proteção.
Perderam a noção
De como é ruim perder a vida.

Às vezes somos testados
E amigos e parentes se tornam a questão
O coração aperta
Pedindo perdão para todos.
E resistindo mantenho distância
Para não sofrer de antemão

Procuro em cada irmão
A salvação
Sempre com fé e imaginação
Fazendo companheiros de viagem
Em cada estação.

A arte nos salva da solidão


Plaz Mendes




MudraSavra

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Hipopótamos #3




21:55
  

        Estamos no mesmo bar de sempre, com as mesmas pessoas, bumbuns e batatas, todas murchas.

Mesa 5

Bebendo cervas baratas, amendoins baratos, barato que o pó continuamente nos revela.Adorooooooooooooooooo.Impregnando o ar com fumaça fedorenta, enchendo nossos pulmões de toxinas.Um dia como qualquer outro.Seria assim...Mas...A chegada de um garoto de cabelo vermelho. Fitou-nos durante meia hora, puxa papo depois de cinco cervas e um rubro maço de cigarros.      Dou atenção ao assunto que gira na mesa e para subitamente na minha face iradaCiúmes?O carinha é bonito!Não sou viado!As bocas continuam o debate. Deus, o garoto pronúncia para alegria dos meus amigos seu discurso.-Deus? Odeia-me-Vermelho no cigarro e cabelo, nome complicado, descreve uma cadeia de acontecimentos, diz que temos a mania de culpar:Culpamos por hierarquia,Nossos pais por sermos assim;Amores pela rejeição;Empregos pelo cansaço;Mulheres por impotência;Culpamos Deus por tudo e um pouco mais.Penso: Sou gordo, pênis curto e você com esse cabelo cool e belo rosto só cuspindo merda.Digo:_A quem devemos culpar?_ Seja responsável pelos seus atos, pois não faz sentido descarregar suas falhas em meios externos, mesmo que Deus exista, ele não é culpado por suas infelicidades. Crianças riem, brincam, pulam, mesmo que ainda suas barrigas gritem...Fome!!!“Enquanto tolos procuram culpados, sábios procuram soluções”.-ele nem ao menos diz quem citou isto-      Vejo Karol rindo a cada palavra dele, Jonas oferece o veneno branco recusado com total educação.Um careta de merda querendo dar sermão!O que ele sabe, veste roupas alternativas, deve ter uma namorada com gostosos lábios prontos pra chupá-lo.Eu não sou culpado pelo crime de nascer com mais de cem quilos mal distribuídos._ Esse é o meio de viver com dignidade a vida.Penso: Essa não é minha verdade.

  
18:58
  

        Ando com muito esforço pelos corredores da faculdade em busca de minha sala.13, 14,15...Onde a turma se espanta como Jason matando o casal bonitinho a fim de transar antes de minha entrada.Pra que o espanto?Eles sempre morrem.Uma menina grita algo antes de enfiar-lhe o facão rente ao peito.Não ligo para reclamações, já basta se acomodar numa cadeira nada confortável.Sou canhoto.E gordo.Sério, acordei bem hoje.Mal lembro da matéria, nem quantas faltas, o assunto ou o número de mortes.A única coisa da qual minhas retinas têm total atenção é o grande par de seios da professora. Virginia, nome sugestivo sempre portando um decote tomara que caia na minha boca. Duas grandes tetas, fontes de prazer ao longo do dia. Obcecado. Excitado, ao lado um ruivo discute qual seria a teoria mais completa. Completa meu x-tudo que na volta pego; claro sabia que minha presença não duraria mais do que uma ereção.      Retorno às paredes brancas do hospital, quer dizer do campus, afinal nenhuma vitima acidentada, todas mortas. O corredor vazio para uma continuação/carnificina e ao longe reparo no existencialista de rubro cabelo.-O idiota estuda aqui?-Atravesso seu caminho sorrindo pelo dia agradável, dele nem mesmo um reconhecimento. Meia volta, e dirijo-lhe a palavra. Ele seguidamente pede desculpas e quer saber como anda o povo.Bem cheio de fome;Sem moradia;Os meus amigos estão ótimos apareça sempre para termos nossa conversa, interrompida por uma menina ao fundo que o chama. Despedidas, apertos de mãos, trocar telefone deixando um churrasco marcado. O pior é que a vadia que grita no meio da praça de alimentação possui uma linda boca. O belo casal que consegue fugir das garras do monstro e das continuações. Vou atrás do meu lanche e descubro que o atendente por coincidência um ruivo encheu o sanduíche de mostarda, odeio essa porra.Odeio finais felizes.Foi péssimo dormir.


Pra quem perdeu o fio da meada...

Parte 1

Parte 2



Thiago "Plaz" Mendes